Bem Vindo




Arquitetura


Tarefa Debret


O quadro ao lado é de Jean-Baptiste Debret, um dos responsáveis por retratar o Brasil Colônia. Ele fez parte da missão artística francesa que veio para o Brasil durante o Período Joanino. E sua forma de expressar a visão do Brasil Colônia é simplesmente sensacional. Ele usa de ironia e de um grande toque de observador para retratar como ninguém as cenas do nosso cotidiano. Nessa obra acima retratada podemos analisar um pouco esse fantástico artista. Primeiramente observamos que se trata de uma casa de Senhor com certas posses, isso se nota pelo número de escravos "disponíveis" ao seu serviço, três ao todo, um número significativo para época. O traço patriarcal da família colonial também é perceptível, o casal encontra-se em lados opostos da mesa, ele num tom meio bucólico, solitário, terminando sua refeição indiferente ao universo que o rodeia, ela provavelmente já terminou de se alimentar, e num ato que pode parecer bondoso, dá o resto de comida à criança negra. Pode parecer bondoso? Sim, pois caso ela não fizesse isso, a comida seria jogada fora já que na época não tínhamos condições propícias de aramzenagem, outra questão também é o olhar de apreensão dos escravos. Notem o negro que provavelmente seria o cozinheiro aguarda ansioso à porta para saber a opinião do senhor.Observamos também a questão da ostentação, tão presente nas elites coloniais. O número de escravos como já foi falado é um exemplo disso, e a forma como a mesa está posta, representando um banquete, na verdade qualquer observador perceberia que é muita comida para poucas pessoas (apenas o casal). A influência da vida lusa também está presente. Há uma certa incoerência nas vestimentas usadas (mangas compridas) e nos escravos com abanador. Provavelmente o abanador servia para amenizar o cheiro forte e também para refrescar. Mas o ambiente se tornaria mais agradável se as roupas não fosse tão carregadas, típicas de um cenário europeu, mas deslocadas no clima do Brasil. É para variar nossa mania tupiniquim de imitar os outros começou há muito tempo.
 postado por: Carolina Velloso

Debret

RIO - Quando entrou na embarcação Calpe, de bandeira americana, rumo ao Brasil, em 1816, o pintor Jean-Baptiste Debret já era um homem de 48 anos. Abalado com a morte do filho único, Honoré, deixava para trás a mulher Sophie, de quem se separara recentemente, e seu passado de serviços prestados a Napoleão Bonaparte, o responsável direto pela vinda da Família Real para o Rio. Aqui chegando, logo conseguiu se aproximar da corte e tornar-se, provavelmente pelo seu desapego ao passado, o grande cronista visual de um tempo em que a cidade sofria uma grande transformação com a presença de Dom João VI, que aportara na cidade oito anos antes. A exposição "Os Museus Castro Maya apresentam o teatro de Debret", que entra em cartaz na próxima terça-feira, na Casa França-Brasil, e faz parte das comemorações dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao país, é a mais completa já realizada sobre o pintor e retrata justamente sua passagem por aqui, informa a edição deste sábado de O Globo.




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Se os raros documentos existentes sobre sua vida fazem dele um personagem enigmático, suas aquarelas e seus óleos são os grandes e quase únicos documentos fiéis das mudanças culturais, dos aspectos físicos da população e dos costumes desse agitado período em que a cidade viu sua população crescer de 50 mil habitantes, em 1808, para 110 mil em 1817. O Rio cresceu em direção a novos bairros que antes não passavam de lugarejos remotos como Catumbi, Mata Cavalos (a atual Lapa), Mata Porcos (Estácio), Catete, Flamengo e Botafogo.



A exposição sobre Debret apresenta 511 obras, sendo 306 aquarelas pertencentes aos Museus Castro Maya; 151 litografias do livro "Viagem pitoresca e histórica ao Brasil", do acervo da biblioteca de Guita e José Mindlin; cinco óleos dos acervos da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu Imperial de Petrópolis, da Itaú Cultural e de coleções particulares; desenhos do artista português Henrique Jose da Silva, diretor da Academia de Belas Artes e inimigo dos franceses, sobretudo de Debret, do Acervo Escola de Belas Artes da UFRJ; entre outras preciosidades.

FONTE:http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/03/21/exposicao_teatro_de_debret_a_maior_sobre_pintor_frances_que_melhor_traduziu_rio_joanino-426486004.asp
Postado por:Carolina Velloso

Debret