Bem Vindo




Debret

RIO - Quando entrou na embarcação Calpe, de bandeira americana, rumo ao Brasil, em 1816, o pintor Jean-Baptiste Debret já era um homem de 48 anos. Abalado com a morte do filho único, Honoré, deixava para trás a mulher Sophie, de quem se separara recentemente, e seu passado de serviços prestados a Napoleão Bonaparte, o responsável direto pela vinda da Família Real para o Rio. Aqui chegando, logo conseguiu se aproximar da corte e tornar-se, provavelmente pelo seu desapego ao passado, o grande cronista visual de um tempo em que a cidade sofria uma grande transformação com a presença de Dom João VI, que aportara na cidade oito anos antes. A exposição "Os Museus Castro Maya apresentam o teatro de Debret", que entra em cartaz na próxima terça-feira, na Casa França-Brasil, e faz parte das comemorações dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao país, é a mais completa já realizada sobre o pintor e retrata justamente sua passagem por aqui, informa a edição deste sábado de O Globo.




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Se os raros documentos existentes sobre sua vida fazem dele um personagem enigmático, suas aquarelas e seus óleos são os grandes e quase únicos documentos fiéis das mudanças culturais, dos aspectos físicos da população e dos costumes desse agitado período em que a cidade viu sua população crescer de 50 mil habitantes, em 1808, para 110 mil em 1817. O Rio cresceu em direção a novos bairros que antes não passavam de lugarejos remotos como Catumbi, Mata Cavalos (a atual Lapa), Mata Porcos (Estácio), Catete, Flamengo e Botafogo.



A exposição sobre Debret apresenta 511 obras, sendo 306 aquarelas pertencentes aos Museus Castro Maya; 151 litografias do livro "Viagem pitoresca e histórica ao Brasil", do acervo da biblioteca de Guita e José Mindlin; cinco óleos dos acervos da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu Imperial de Petrópolis, da Itaú Cultural e de coleções particulares; desenhos do artista português Henrique Jose da Silva, diretor da Academia de Belas Artes e inimigo dos franceses, sobretudo de Debret, do Acervo Escola de Belas Artes da UFRJ; entre outras preciosidades.

FONTE:http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/03/21/exposicao_teatro_de_debret_a_maior_sobre_pintor_frances_que_melhor_traduziu_rio_joanino-426486004.asp
Postado por:Carolina Velloso
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